15 de julho de 2015
Claros Sinais de Loucura

Em Claros Sinais de Loucura, Sarah Nelson é uma garota no início da adolescência que pouco tem em comum com as outras meninas da sua idade. Ela vive com o pai em uma constante troca de cidade desde o incidente de quando tinha apenas dois anos de idade. Ela sobreviveu a uma tentativa de afogamento que sofreu junto com seu irmão gêmeo, que não teve a mesma sorte, e desde então sua mãe - a agressora - vive em uma instituição psiquiátrica e seu contato com ela é mínimo.
Atualmente, a menina vem tentando lidar com problemas mais urgentes, como o fato de ter que passar mais um verão tedioso na casa dos avós e o trabalho sobre sua árvore genealógica que terá que fazer no início do sétimo ano. Tudo isso além de, é claro, identificar o sinais de loucura que sem dúvida estão em seus genes.

Sarah é muito diferente das pessoas que têm apenas doze anos. Não apenas pelo seu passado familiar; a própria garota desenvolveu hábitos bem peculiares para a sua idade, como ter uma planta de estimação que é sua confidente, além de dois diários: um falso, que deixa em lugares óbvios e com coisas triviais de uma menina de doze anos escritas, e o verdadeiro, onde escreve suas reais e mais íntimas preocupações.
Uma das características da personagem que eu mais gostei e me identifiquei foi a sua obsessão por palavras e seus significados. No decorrer do livro, ela vai nos apresentando suas novas palavras favoritas a medida que as descobre, e é possível aprender o significado de várias delas junto com a Sarah. Mesmo assim, eu não consegui me afeiçoar muito a ela.


Para mim, foi meio controverso estar na cabeça da Sarah e ao mesmo tempo acompanhar suas ações que, do meu ponto de vista, eram incoerentes com seus pensamentos. Deixem-me explicar: ela parece muito madura em alguns momentos, mas na maioria das vezes age de uma forma que deixa clara a sua pouca idade.

Eu não me envolvi com a história como achei que fosse, e muito menos com seus personagens. O pai da protagonista é incrivelmente fraco e ausente, quando o que a filha mais precisa é justamente o contrário. Os avós da Sarah não aparecem o suficiente para nos cativar, e os personagens secundários não têm muita profundidade.
Contudo, é interessante acompanhar as impressões da Sarah sobre sua mãe, além de sua busca constante pelos sinais de loucura que ela deduz estar em seu sangue. São muitas perturbações e angústias para uma garota de apenas doze anos lidar, ainda mais sem a ajuda do pai, e por esse motivo eu me vi admirando a protagonista pelo modo relativamente tranquilo com que ela faz isso.

Claros Sinais de Loucura com certeza não foi o que eu esperava, mas também nem de longe foi uma decepção. É um livro interessante e que tem um quote ou outro que com certeza vale a pena marcar e lembrar.
"As pessoas em geral são o que decidem ser, não importa de onde vieram." Página 180.
"(...) Bem, eu diria: sempre que comprar uma blusa nova ou algum creme para ficar bonita, vá e compre um livro na mesma hora. Também é importante embelezar a mente, não acha?" Página 176.
- Editora Intrínseca
- 256 páginas
- skoob
- Onde comprar: Amazon Submarino Saraiva Americanas
Escrito por: Jennifer Macieira
Arquivado em
Intrínseca
Resenha
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Olá Jennifer,
ResponderExcluirPrimeiramente, o blog é lindo, parabéns!
Eu já conhecia esse livro e comprei ele esse ano. Sua resenha me deixou um pouco com o 'pé atrás' para fazer a leitura, mas acredito que preciso fazer para tirar minhas próprias conclusões.
Espero que, diferente de você, eu me envolva com a leitura!
Beijos
http://mileumdiasparaler.blogspot.com.br/
Oi Bruna! Obrigada! <3
ExcluirEu também espero de verdade que você goste e seja cativada pela história, porque pelo que andei lendo sobre ele, é um livro que divide muito as opiniões. Acho também que vai muito do momento de quem lê, quem sabe não o li em um momento muito bom.
Obrigada pelo comentário!
Um beijo :)
Eu gostei bastante! Acho que li em um momento melhor kkkkkk (obrigada, por sinal :D) eu tentava sempre ter em mente a idade dela, então quando ela agia com mais maturidade eu tendia a admirá-la, porque nessa idade a transição é complicada, aquilo de menina que ainda quer brincar de boneca mas não quer ser chamada de criancinha kkkkkk além disso, nós duas temos esse amor por palavras e seus significados, então gostei bastante :) e os personagens secundários realmente não se sobressaíram, mas nem tudo pode ser perfeito kkkkkkkk boa resenha! Beijoss
ResponderExcluirOi, Natinha! Que bom que gostou mais que eu, hehehe. Eu realmente acho que me decepcionei um pouco, apesar do livro não ser exatamente uma decepção, entende? Acho que o problema estava em mim kkkkkk
ExcluirAs palavras e seus significados é o que deixa o livro especial <3
Obrigada! Beijos ♥
Oi Jen!
ResponderExcluirEu conheci esse livro na Bienal ano passado, aqui em SP. No estande da editora tinham alguns encartes sobre o livro e eu peguei, nele tinha o primeiro capitulo e ate que eu gostei de ate onde eu li mas depois ate esqueci do livro e nem ouvi falar mais dele ate a sua resenha. Só acho que a personagem poderia ser um pouco mais velha, não uma pré-adolescente; agora eu fiquei com 'o pé atras' mas quero lê-lo para tirar as minhas próprias.
Oi, Vitória!
ExcluirO livro vale a leitura, só não achei nada memorável. Também prefiro personagens um pouquinho mais velhas, por mais que a mente da Sarah seja interessante de acompanhar. Leia ele sim! Beijo :)