25 de julho de 2016
Pandemônio

No segundo volume da trilogia
Delírio (contém spoilers do primeiro livro, resenha dele aqui), a narração fica dividida entre o "Antes" e o "Agora" sob a perspectiva da
Lena. O Antes trata do início da sua vida na selva, nos mostra como ela
conseguiu se instalar lá, se adaptar, além de como lidou com o fato de Alex
ter sido deixado para trás.
Já o Agora diz respeito à nova
vida da Lena como parte da Resistência, infiltrada na sociedade e levando a
tediosa vida de uma garota “curada”. É aí que ela conhece Julian, o filho do fundador
da ASD – America Sem Deliria – e que portanto é a favor da erradicação da
doença. Após um acontecimento, eles são forçados a conviver e Julian começa a perceber
que talvez acabar com o amor não seja uma ideia tão boa assim.
Eu tive uma relação de amor e
ódio com esse livro. A evolução da Lena é perceptível, ela amadureceu muito
depois de tudo o que passou, e podemos notar isso na forma como seus
pensamentos são mais firmes e decididos quando o assunto é a Revolução. Ainda
bastante ferida pela perda do Alex, ela tenta encontrar um motivo para o qual
direcionar suas forças.

Talvez tenha sido por isso que me frustrou um pouco a presença do Julian. Não o personagem em si, eu até gostei dele, mas sua representação e papel no livro. Sua aproximação com a Lena serviu para trazer à tona os sentimentos dela por Alex, e a partir daí há um contínuo e irritante conflito interno na personagem, que se sente culpada.
Simultaneamente a isso, a resistência toma forma e se faz cada vez mais presente, promovendo a tensão necessária para basear o próximo e último livro. Os acontecimentos do final desse volume são frenéticos e temos uma surpresa atrás da outra, o que contrasta com o ritmo meio lento de mais da metade do livro.
Acredito que esse ritmo se dê pela forma de narrativa abordada, quando ao acabar um capítulo na melhor parte ainda temos que ler um inteiro sob outra perspectiva, em um tempo diferente. Mas a divisão entre o Antes e o Agora tem suas vantagens, como nos mostrar o que levou a Lena a se tornar quem ela é agora.
No mais, Pandemônio foi uma continuação razoável para Delírio e espero não me decepcionar com Réquiem. Recomendo o livro, mas se você é uma pessoa muito apressada e curiosa, sugiro uma dose de autocontrole para não dar espiadas nas últimas páginas desse volume. Acredite em mim: pode arruinar a leitura.

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Escrito por: Jennifer Macieira
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