2 de maio de 2017
Como funciona o intercâmbio social da AIESEC

Comentar aleatoriamente sobre a AIESEC e sobre como eu me envolvi com ela para realizar meu intercâmbio na Colômbia é tudo que eu tenho feito desde que a descobri, mas tenho consciência de que nunca parei realmente para explicar quais questões estão envolvidas no processo que antecede a viagem.
Infelizmente, ela ainda não é uma organização tão conhecida, então antes de escrever sobre lugares e informações desse país que me conquistou, quero explicar como a organização funciona de fato e, consequentemente, os motivos pelos quais eu escolhi participar de seu programa social. Essa escolha me trouxe novas perspectivas de vida e é isso é tudo que eu desejo para as pessoas. ♡
Claro que há outras formas de se alcançar isso e, acreditem, eu não ganho absolutamente nada para escrever sobre a AIESEC aqui, mas se foi através dela que eu consegui me sentir extremamente útil e feliz, talvez possa acontecer o mesmo com você.
objetivo
A AIESEC acredita em promover a paz mundial através de uma liderança jovem multicultural. Por meio de intercâmbios sociais, desenvolvendo os mais diversos projetos em vários países do mundo, você pode buscar sua realização pessoal, impactar o local escolhido e se pôr a prova durante a resolução de conflitos. Isso tudo engloba quatro pontos essenciais que se tornaram a base da organização: empowering others (empoderar e desenvolver outras pessoas), self aware (auto-conhecimento), solution oriented (resolução de conflitos) e world citizen (cidadão global). Sem falar que qualquer projeto promovido por eles inclui pelo menos um dos dezessete objetivos de desenvolvimento da ONU para transformar o mundo. ♡
Os projetos podem durar de quatro semanas a meses, dependendo do que você escolha fazer.
Sei que muita gente para na parte
da paz mundial e acha isso tudo
balela, coisa de discurso utópico, mas, sabe, eu acredito. Eu já achava que acreditava antes de passar pela
experiência, agora lembrando tudo que vivi e pude proporcionar para as crianças
e pessoas com quem convivi, além do que aprendi com eles, eu acredito ainda mais, porque nós vivemos momentos muito
felizes e cheios de amor juntos.
Às vezes, é tudo o que é necessário.
Eles ofercem três tipos de intercâmbio, sendo dois deles voltados para a área profissional - Empreendedor Global e Talentos Globais - e um para jovens estudantes em geral - Voluntário Global -, que foi o que eu participei. Acredito que a dinâmica preliminar para qualquer um deles seja parecida, mas vou explicar como a AIESEC funciona baseada na minha experiência com o voluntariado.
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Eles ofercem três tipos de intercâmbio, sendo dois deles voltados para a área profissional - Empreendedor Global e Talentos Globais - e um para jovens estudantes em geral - Voluntário Global -, que foi o que eu participei. Acredito que a dinâmica preliminar para qualquer um deles seja parecida, mas vou explicar como a AIESEC funciona baseada na minha experiência com o voluntariado.
o que a organização te oferece
Pode ser um quarto numa casa de família, um apartamento com outros intercambistas, um quarto num hostel ou mais de uma dessas opções juntas, como foi o meu caso, que passei metade do tempo com uma família e a outra metade com outros intercambistas. Essas são os tipos de hospedagem que eles disponibilizam e é importante saber que você pode ir para qualquer um dos três lugares, ainda que seja muito mais comum e preferível a casa de família.
Pelo o que eu percebi, só acontece de alguém ir para um apartamento ou para um hostel quando há muita demanda e o comitê local não encontra famílias o suficiente para hospedar todo mundo. E já que eu estou falando sobre isso, quero deixar claro que elas se oferecem de forma totalmente voluntária, o que deixa claro a boa vontade da família em receber quem quer que seja. Me senti acolhida onde eu me hospedei e outra coisa legal é que se você não pode viajar no momento, hospedar alguém de fora é um jeito de fazer isso dentro das suas condições atuais e oferecer hospitalidade para alguém que vai precisar. Já estou louca para estar desse outro lado! (Mãe, pai, espero que vocês estejam lendo isso.) Qualquer família pode receber intercambistas, desde que os requisitos sejam atendidos e verificados pelo pessoal da AIESEC, incluindo a sua. ♡
- alimentação ou transporte
Era tudo muito limpo, diversificado
e saudável nas duas fundações em que eu trabalhei, acho que onde mais aprendi sobre a comida colombiana, já que não
tinha muito tempo para comer em casa. Ainda assim, quando eu
estava na casa da família, eles sempre me ofereceram de tudo, o que me fez
economizar muito com alimentação.
Com o transporte, não tive como
fugir, mas falarei mais sobre isso depois.
Outra coisa importante que eles garantem é que vai ter alguém no aeroporto para te receber e te levar até o lugar que lhe foi designado. Evita muito o transtorno de você chegar sozinho num país desconhecido e ainda ter que se virar para encontrar o local. E pagando caro, como geralmente funciona na saída de aeroportos.
Quando eu cheguei no Aeroporto José Maria Córdoba, conheci a Soff, uma mexicana que pegou a mesma conexão que eu no Panamá, e saímos juntas para ver que lá estavam a presidente da AIESEC em Medellín e seu namorado com um cartaz maravilhoso de boas-vindas e bandeirinhas enroladas por seus braços, se arrastando pelo chão. Sorrimos aliviadas depois de longas horas de voos e conexões. ♡ A primeira na foto é a Soff e a última, a Laura, a presidente de quem lhes falei.
- acompanhamento no primeiro dia do voluntariado
Numa breve reunião de
boas-vindas, um dia antes de começarmos, conhecemos pessoalmente nossos grupos de trabalho e
combinamos onde nos encontraríamos para chegarmos à primeira fundação. Uma pessoa da
AIESEC ficou responsável por nos acompanhar de uma estação do metrô até lá e
nos apresentar à diretora, discutir algumas ideias e nos familiarizar com o
local. No meu caso, a garota ainda ficou
na mesma sala que eu até o fim do dia! Ainda vou explicar mais
sobre o projeto que participei num outro post, mas essa parte foi bem legal, especialmente porque criamos um vínculo com a equipe da primeira fundação. (Tristemente, na segunda fundação eu cheguei alguns dias depois do início do trabalho e perdi essa parte.)
- suporte antes e durante a viagem

Em todo o processo que eu mencionei anteriormente, de escolha e até de inseguranças, eu tive o apoio de alguns membros da AIESEC da minha cidade. Eles se dispuseram a conversar com meus pais, me chamaram para reuniões para que eu conhecesse mais sobre eles e, algumas semanas antes de eu viajar mesmo, houve todo um incentivo moral com outras pessoas que estariam viajando. Fizemos um briefing do que estávamos pensando em fazer e compartilhamos ideias, o que pode parecer bem banal, mas dá um gás e você começa a se sentir mais acolhido.
Quando o projeto começou, eu
continuei em contato com eles, mas também tive outras pessoas a quem recorrer
em Medellín. Encontrei com a pessoa responsável pelo projeto, membros em geral
e uma pessoa a quem eles chamam de buddy,
designada apenas para te ajudar. Ela pode
te mostrar um pouco da cidade ou só estar ali para quando você precisar, vocês é que vão construir a relação. Sobre isso, fiz amigos que
não se deram muito bem com os deles ou nem os conheceram direito, mas a minha foi a pessoa mais maravilhosa e se tornou uma amiga.
Outra coisa legal em relação a
esse suporte é que a AIESEC em Medellín fez toda uma programação de turismo
para os intercambistas. Não sei se isso é um procedimento que sempre acontece (acho
que sim, porque na minha cidade eles fazem o mesmo), mas eles tinham atividades
diárias para todo mundo se encontrar, se entrosar e conhecer a cidade. Às
vezes, com atividades mais turísticas mesmo, outras, com coisas diferentes,
como aulas de dança e festas. A convivência com pessoas de países de culturas completamente
distintas faz o intercâmbio ainda mais incrível e você acaba não se limitando
só às pessoas do seu trabalho.
o que eles pedem de você
- ter entre 18 e 30 anos
Esse requisito existe devido ao que eu falei lá no objetivo sobre eles apoiarem e acreditarem numa liderança jovem para transformar o mundo, já que eles representam o futuro. Pode parecer uma limitação, mas o intuito é que exista gerações adultas mais conscientes, mesmo que a longo prazo.
- taxa de adesão
Conversando com pessoas de outros
lugares, percebi que eles não têm um valor fixo. Eu, inclusive, paguei a minha
taxa durante um período de promoção que apareceu na época e acabei economizando um pouquinho. Mas só para vocês terem uma noção, ela gira em torno de mil
reais e pode ser parcelada. Considerando tudo que eu falei e o tempo de
estadia, que é de, geralmente, seis semanas, é um valor muito razoável.
(valor referente a 2016)
- responsabilidade

Isso diz respeito ao projeto, à sua integridade física e moral e às suas despesas.
Você está num país novo e, tudo
bem, conhece pessoas a quem pode recorrer, mas você cuida de si mesmo e se
compromete a fazer o projeto acontecer. Por experiência própria, não esperem
que ninguém vá te dizer o que fazer, porque isso não vai acontecer. Eles vão te
guiar até os locais, mas nada vai funcionar se você não pensar em formas de desenvolver
as ideias tão bonitas que você viu na descrição do projeto. Além disso, onde quer que você trabalhe, você será alguém que deverá inspirar as pessoas do seu convívio, especialmente quando se trata de crianças.
Quando falo sobre as despesas, me refiro a passagens, transporte, alimentação e demais gastos que você
escolha vir a ter, como viagens dentro do país. Essas foram as que me
quebraram, porque tive que gastar muito com tudo, ao contrário do que aconteceu durante o período em que trabalhei em Medellín, quando consegui economizar bastante.
- seguro-saúde
É firmado no contrato que se deve fazer um seguro antes de viajar, para eventuais problemas que possam vir a acontecer.
O plano mais barato que encontrei foi de duzentos reais, o que vale bastante a pena, considerando tudo que abrange, como danos na bagagem e emergência médica. A agência escolhida é a de sua preferência, mas a AIESEC tem algumas parcerias que podem ajudar a baratear o preço, dependendo do comitê da sua cidade.
o que fazer para participar
Quando um grupo de estudantes invadiu minha turma para contar um pouco de suas experiências, fiquei com vontade de ir embora com eles. Explica isso direito, eu quero. Só me contive porque, bem, eles disseram que estariam em um estande do lado de fora da faculdade por todo o dia.
Nesse lugar, eles anotaram o
contato de quem estava interessado, mas não passaram nenhuma informação
específica. Isso só aconteceu numa reunião que um membro marcou comigo por
telefone, então acho que o primeiro passo seria esse.
1. marcar uma reunião
Se você não teve a chance de dar
o contato para alguém que trabalha lá, procura a AIESEC da sua cidade nas redes
sociais. Eles são super solícitos e vão te ajudar assim que você demonstrar
interesse, tenho certeza.
A minha reunião aconteceu por skype, porque sempre que tentamos marcar num lugar e horário específico, um dos
dois não estava disponível, mas foi tudo muito tranquilo assim também. Ele me
falou sobre o que eu teria direito viajando com eles, alguns dos principais
ideais da organização e os meu deveres como intercambista, um pouco do que eu
resumi anteriormente.
Quando você termina
a reunião, você não tem compromisso nenhum de dar continuidade com o processo
de escolha, mas, caso queira, eles vão te apresentar diversos projetos baseados
nos seus interesses e indicar cidades em que os comitês da AIESEC são bem
vistos. (Infelizmente, nem todos tem boa fama.) No final, a escolha é sua
e você tem total liberdade para escolher o que estará fazendo. Trabalhar com
crianças? Idosos? Dar banho em elefantes? Sim, eles me deram essa opção.
Vai lá!
Se você é curioso(a), entra pro
meu time e pula a etapa um. Você pode olhar os projetos disponíveis de acordo
com o país e a época do ano bem aqui: opportunities.aiesec.org ♡ E se
resolver colocar para frente, depois entra em contato com o comitê da sua
cidade.
Esse site era um pouco confuso, porque só estava disponível em inglês, por isso eu iria sugerir ter alguém auxiliando e tirando suas dúvidas, mas percebi agorinha, buscando o link, que ele está mudado e já tem versão em português! Está bem mais acessível e fácil de mexer, é só ir filtrando a busca de acordo com o que você idealiza: país, habilidades que quer desenvolver, idiomas, etc.
Esse site era um pouco confuso, porque só estava disponível em inglês, por isso eu iria sugerir ter alguém auxiliando e tirando suas dúvidas, mas percebi agorinha, buscando o link, que ele está mudado e já tem versão em português! Está bem mais acessível e fácil de mexer, é só ir filtrando a busca de acordo com o que você idealiza: país, habilidades que quer desenvolver, idiomas, etc.
3. marcar
uma entrevista
Calma. Não precisa se preocupar muito. Eu fiquei bem nervosa na época,
mas achei isso aqui uma mera formalidade, para que entremos em contato com
alguém da cidade que escolhemos e sintamos um pouco de segurança. Podemos
perguntar sobre o local e sobre o projeto e, em troca, eles vão nos conhecer melhor,
para ver se não somos malucos está tudo dentro dos conformes.
Eu acabei fazendo duas vezes,
porque o meu projeto mudou de liderança. Na primeira, pedi para ser em inglês,
porque eu achava que me desenrolaria melhor, mas na segunda chutei o balde e fiz
em espanhol mesmo - afinal, eu estaria indo para um país latino, pelo
amor de Deus. Uma hora eu precisaria tentar. Claramente, foi uma vergonha.
Mas ela pareceu entender o básico do meu portunhol e aqui estamos: entrevista
superada.
Se você não fala muito bem
nenhuma das duas línguas, tenho certeza que isso pode ser vencido com um pouco
de mímica paciência. Ainda que conste na descrição do projeto, ser fluente
não é um pré-requisito para viajar. Conheci muita gente que não passava do hola (sério, até da China) voltar para casa falando muito
espanhol! A aprendizagem faz parte da experiência.
4. assinar
o contrato
Se você já sabe para onde quer
ir, o que quer fazer e passou pela entrevista, chegou a hora de assinar o contrato e começar os preparativos, que envolvem compra de passagens, troca de dinheiro,
entre outras coisas. O contrato tem duas vias e você tem o tempo do mundo para analisar, mas não é nada muito bem elaborado, na minha opinião. Na verdade, é uma forma de
eles assegurarem que, apesar de todo o suporte, eles não tem total responsabilidade
sobre a gente, ainda que esteja tudo dentro do que foi acertado.
Burocraticamente falando, é tudo
muito simples. Você pode resolver tudo em poucas semanas e, de repente, já
estar pegando um avião rumo a qualquer
lugar. Mas também não precisa ser assim. O intercâmbio da AIESEC vai além
de uma viagem de férias ou de estudo, você vai ter um papel a desempenhar na
cidade que você escolher, então é importante que você dê o seu melhor para
aquilo funcionar. No caso de algumas pessoas – como
eu –, isso requer um pouco de preparação. Acho que essa questão do tempo
depende muito da personalidade de cada pessoa e da sua disponibilidade.
~ • ~
Espero que eu tenha ajudado a esclarecer o processo que eu passei para chegar na Colômbia e que vocês também podem passar, para aonde quer que queiram ir! Escrevo com base na minha experiência, porque nunca trabalhei na AIESEC, mas estou disponível para tirar qualquer dúvida e incentivar um pouco mais a participação nessa organização linda. ♡ Volto em breve com posts sobre as minhas aventuras em si.
Ansiosamente,
Lis
leia também
+ Como foi a viagem?
+ Um pouco de brasilidade na Colômbia
vídeo no canal
+ Medellín, Colômbia
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Ansiosamente,
Lis
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Escrito por: Unknown
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